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Salvas Museu de Lamego 1
Salvas de prata são peça do mês de Feveriero no Museu de Lamego
Ao longo do ano de 2014, o Museu de Lamego traz a público um conjunto de peças, uma por mês, que pretendem espelhar, além da qualidade, a diversidade do acervo. Depois de em janeiro a “Peça do Mês” ter eleito a pintura, fevereiro destaca a ourivesaria com duas salvas de pé alto em prata dourada.
Testemunhos de uma atmosfera de conforto e aparato, emergente nos finais da Idade Média, embora estruturalmente alteradas por uma adaptação posterior, os dois exemplares inscrevem-se numa tipologia de salvas decorativas de pé alto com a marca estética e ornamental do manuelino. 

A nota mais expressiva e original destas peças reside na solução decorativa da superfície circular do prato, com um recurso a um esquema de faixas concêntricas de alvéolos hemisféricos e fiadas de pontas de diamante. Estas formas resultam de uma reciprocidade de relações entre a ourivesaria e arquitetura. Entre os mais conhecidos exemplos de apropriação do motivo das «pontas de diamante» pela arquitetura portuguesa, refira-se a celebrada Casa dos Bicos, em Lisboa. 

Habitualmente exibidas em aparadores, nas salas destinadas a momentos de convívio, as salvas funcionavam como uma verdadeira metáfora da posição e hierarquia do seu proprietário. 
Provenientes do antigo Paço Episcopal, as duas peças, que integram a exposição permanente do Museu de Lamego, são datadas do século XV, ainda que o pé e a aba do prato tenham sido acrescentados no século XVIII. 

LEGENDA: 

Salvas de pé alto (par) 
Portugal 
Séc. XV e XVIII 
Prata dourada, relevada, incisa e recortada 
Proveniência: antigo Paço Episcopal 
Museu de Lamego, invs. 144, 145

Fonte: Museu de Lamego