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" Sons do Douro", um projecto musical inovador que descobriu sonoridades em pipas de vinho
O Entre Margens - O Douro em Imagens apresenta o espectáculo " Sons do Douro", um projecto musical inovador que descobriu sonoridades em pipas de vinho e que procura promover o encontro entre a música popular e a percussão contemporânea.

Nesta performance, participam mais de meia centena de músicos, com idades compreendidas entre os 14 e os 53 anos, vindos dos concelhos de Vila Real, Peso da Régua, Alijó, Lamego, Tarouca e Armamar.

 

Sob a coordenação artística de Hugo Menezes ( percussionista que já trabalhou com Cool Hipnoise, Mercado Negro, Tora Tora Big Band, entre outras formações), o espectáculo terá lugar na cidade do Porto, a 16 de Agosto. Os ensaios decorrem entre os dias 12 e 15 de Agosto, no Peso da Régua, das 20h30 às 23h30.

 

Desafiado pelo director artístico do Entre Margens, Hugo Menezes idealizou um espectáculo de percussão "made in Douro", envolvendo materiais e músicos da região. Para a execução do "Sons do Douro" foram transformadas duas dezenas de pipas de vinho em instrumentos musicais.

 

" Na origem de alguns instrumentos da América Latina está a colocação de pele de animal numa pipa, como é o caso das congas e atabaques, mas em Portugal, não conheço nenhuma outra experiências com pipas", refere Hugo Menezes.

 

Utilizados durante três anos numa adega, os pipos de carvalho francês, com capacidades para 225 e 500 litros, foram devidamente preparados para a nova utilidade. Durante duas semanas, foram aplicadas a peles de cabra, que são também utilizadas nos bombos tradicionais.

 A sonoridade destas pipas recicladas será semelhante à do típico bombo, mas " com mais probabilidades ao nível da intensidade e do timbre". " Conseguimos mais sonoridades do que um bombo simples e, ao mesmo tempo, também se aproximam do taiko ( tambor janonês ), que é um tambor muito semelhante à pipa de 500 litros, tocado ao alto por dois músicos, um de cada lado " , explica o formador.

 

Além das pipas - bombos elevadas à altura da cabeça, há também as pipas que são colocadas no chão, ligeiramente inclinadas para o músico. Para tocar este novo instrumento, são necessárias as técnicas de caixa e de bombo tradicional. " Calculo que seja fácil para os músicos da região, porque lhes está no sangue, mas, por outro lado, será um grande desafio porque não vamos tocar temas tradicionais, mas dar-lhe uma roupagem moderna" , salienta Hugo Menezes.

 

Numa primeira fase, 20 músicos da região frequentam um workshop para criarem uma peça de percussão com as pipas. Num segundo momento, juntam-se os elementos dos Relâmpagos de Sanguinhedo e d´ Os Verdes, dois grupos de bombos vila - realenses.

 

Etiquetas: Alijó, Peso da Régua, Vila Real